quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

PARTIDOS POLÍTICOS E DEPUTADOS

As linhas que a seguir apresento, foram escritas como modesto amante e defensor da Democracia, indignado com os maus comportamentos de alguns Srs. Deputados, expostos pela comunicação social, que permitem aos cépticos da acção dos políticos e aos inimigos da Democracia dizer “que são todos os mesmos”, “que não vale a apena votar”, que “precisamos é dum homem forte, com punho de ferro para meter isto na ordem”. A Assembleia da República é um pilar fundamental da nossa Democracia. E tal como os pilares na construção civil não podem abrir brechas no betão nem deixar que o aço das armaduras seja corroído, sob pena de colapso, os Srs. Deputados não podem abrir brechas no comportamento nem deixar-se corroer, sob pena de descrédito da Instituição E tal como na construção civil em que os pilares devem ser feitos de materiais de qualidade certificada sob pena de serem inúteis por não aguentarem a superestructura que integram, também se os Srs. Deputados não actuarem com probidade intelectual e devoção ao bem público, o resultado da sua acção pode não só ser inútil como prejudicial. Manter a classificação da Democracia como o melhor sistema de governo conhecido é uma luta de todos os dias, principalmente para os responsáveis políticos, eleitos pelo povo, ou escolhidos pelos eleitos, quer pelo seu comportamento pessoal inatacável, quer pela sua abertura para ouvir os cidadãos e dar-lhes razão quando a têm ou não dar no caso contrário, explicando porquê, para evitar acusações de comportamento arbitrário ou não-democrático. E nestas responsabilidades pela manutenção do bom nome da Democracia, a comunicação social também uma responsabilidade grande. Deve de facto denunciar os casos impróprios ou criminosos de que que tenha conhecimento mas certificando-se previamente de que são verdadeiros e que não correspondem a ataques sem razão ou maledicências de fontes que se escondem trás do anonimato para fins pessoais. Uma calúnia numa sociedade de cépticos torna-se quase numa verdade e pode arruinar uma reputação sem que haja verdadeiramente causa para isso. O nome honrado é a maior fortuna que um ser humano pode ter, nunca é demais afirmá-lo. Nas eleições para a Assembleia da República, são os partidos políticos que escolhem os deputados a propor aos eleitores. E estes vão votar no partido da sua preferência, em geral desconhecendo a maioria dos candidatos. Em Portugal, como não há círculos eleitorais uninominais, não existe uma relação directa eleitor/deputado. Há apenas uma relação eleitor/partido. Nestas circunstâncias os partidos têm a obrigação de selecionar os seus candidatos com todo o rigor possível, afastando o risco de propor pessoas que possam vir a pôr interesses pessoais à frente do interesse colectivo. Voltando à analogia inicial com a construção civil, enquanto que o engenheiro projectista pode incluir nos seus cálculos um coeficiente de segurança ( acrescentado mais betão ou mais aço aos pilares ) para garantir qualquer que qualquer imprevisto não vá enfraquecer a resistência da construção, os partidos não podem incluir mais deputados nas suas listas para eventualmente compensar falhas de um ou outro ! . É claro que a qualidade do trabalho desenvolvido pelos deputados não é uniforme, pois as pessoas não têm todas a mesma capacidade, mas a qualidade do comportamento no campo da ética é obrigatório que seja uniforme e ao mais alto nível A manutenção do regime democrático e os cidadãos assim o exigem ! Lisboa, 26 de Dezembro de 2018 NOTA : Publicado também no blog "velhossaoostrapos.com"

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