sexta-feira, 18 de maio de 2018

O PROBLEMA DA HABITAÇÃO PARA A CLASSE MÉDIA – UMA APROXIMAÇÃO TEÓRICA


 

Estão em discussão nos campos político e social várias soluções para o problema do arrendamento para famílias da classe média. Sem quaisquer pretensões, venho apresentar o meu ponto de vista, aliás baseado no que se passou comigo nos primeiros anos da minha vida profissional, já com família constituída

Classe média é uma designação que abrange famílias com um leque variado de rendimentos. Portanto a proposta de habitações destinadas à classe média tem de ter esta variável em consideração.

Neste meu ponto de vista, os vários passos a dar deverão ser os seguintes: 

1º Considerar os municípios o agente primordial para a resolução do problema

2º Dispor de áreas ( contínuas ou descontínuas ) livres para construção. Essas áreas poderão nunca ter sido usadas ou poderão resultar de demolição de edifícios sem interesse

3º Dotar essas áreas das infraestructuras necessárias ( acessos, serviços de água, electricidade, TV, internet )

4º Assegurar a existências de escolas pré-primárias, primárias,, centros de saúde, etc., nas proximidades, bem como de transportes públicos

5º Definir previamente que percentagem do rendimento familiar deve ser destinado ao pagamento da renda de casa.
Por exemplo : 20%.

6º Definir a tipologia das casas que se pretende construir, de forma a que as rendas sejam acessíveis a diversos rendimentos familiares. Poderia ser incluída alguma habitação social

7º Encarregar o gabinete de arquitectura do município de elaborar os projectos de construção, incluindo orçamentos com o máximo de realismo possível.
Se o gabinete de arquitectura do município não tiver disponibilidades, este terá de contratar os  respectivos serviços no exterior

8º Os projectos devem ter em conta os custos de construção na área e considerarem valores acima e abaixo do preço médio para, a partir daí e nos termos do nº 5º. definir os preços das rendas a pagar pelos inquilinos

9º Pôr a concurso a construção das habitações entre os construtores/investidores interessados tendo em conta o projecto de construção fornecido gratuitamente ( se o trabalho for do gabinete de arquitectura do município ) ou mediante um custo definido nos termos das antigas “Instruções para o Cálculo de Honorários para os Projectos de Obras Públicas” ( se o trabalho tiver sido encomendado pelo  município )

10ºOs investidores saberiam à partida que o rendimento seria constante a menos o valor da inflação.  É evidente que os municípios promotores deste tipo de habitação terão de fazer previamente a comparação entre o rendimento certo previsto para este investimento e o rendimento de obrigações ou dos depósitos à ordem nos bancos

11º Pôr a concurso o aluguer dos fogos construídos. A escolha dos concorrentes seria feita com base na situação de rendimentos, número de filhos, locais de trabalho.

12º As rendas seriam aumentadas todos os anos de acordo a inflação.

Esta metodologia permitirá reunir no mesmo bairro ou local famílias de diversos rendimentos, sem obrigar a um esforço excessivo no pagamento da renda de casa, conduzindo a uma integração social                                                                                        
Não ficando proprietárias das habitações, as Famílias teriam muto mais mobilidade para se mudarem para outro local.
Permitirá também aos aforradores terem um rendimento sem sobressaltos, superior a outros investimentos de retorno garantido

 

Lisboa, 16 de Maio de 2018