sexta-feira, 21 de junho de 2019

SOBRE O FIM DO NEOLIBERALISMO ECONÓMICO

SOBRE O FIM DO NEO LIBERALISMO ECONÓMICO O número de 15/6/2019 do jornal Expresso só pelo artigo de Joseph Stiglitz, prémio Nobel de Economia em 2001, professor da Universidade de Columbia, e antigo vice-presidente e economista-chefe do FMI ( pág 39 do caderno de Economia) vale o preço pago Para quem não leu o artigo, apresento aqui um resumo que demonstra o seu valor Diz ele e cito: ‘A experiência neoliberal (na economia ) - impostos mais baixos para os ricos, desregulamentação dos mercados de trabalho financeirização e globalização – tem sido um fracasso espetacular (…..) o neoliberalismo tem de ser declarado morto e enterrado’ Depois de considerar 3 grandes alternativas políticas para lhe suceder, nacionalismo de extrema direita, o reformismo de centro-esquerda e a esquerda progressista , conclui que esta última é a única que se deve desenvolver, considerando 4 prioridades. i) Restaurar o equilíbrio entre o equilíbrio entre os mercados, o estado e a sociedade civil. Isto traduz-se em termos práticos no dever dos governos de limitar e moldar os mercados através de normas ambientais, de saúde, de segurança ocupacional, entre outras e também de investir activamente em investigação básica, tecnologia, educação e saúde dos cidadãos ii) Reconhecer que a riqueza das nações é resultado da investigação científica e da organização social que permite que grandes grupos de pessoas trabalhem para o bem comum e fazer com que todos beneficiem do progresso ( e não apenas que alguns se tornem muito ricos ) iii) Enfrentar o cada vez poder dos mercados concentrados que, combinado com a diminuição do poder negocial dos trabalhadores, leva ao aumento das desigualdades e contribui para um crescimento anémico. iv) Eliminar a ligação entre o poder económico e o poder político para evitar que aquele influencie este a seu favor e aumente as desigualdades, pois que na realidade as economias com menos desigualdades tem um melhor desempenho. O autor continua dizendo que os danos causados por décadas de neoliberalismo económico são difíceis de reverter, mas que seguindo as orientações acima indicadas é possível la chegar. O Estado terá de dar importância à educação, à investigação, ao combate às alterações climáticas e pôr em prática programas públicos que garantam segurança económica, acesso ao trabalho, salário condigno, assistência médica, habitação adequada, educação para todos e reforma segura. Stiglitz chama a isto capitalismo progressivo e afirma que não é uma contradição em si, mas que representa a melhor hipótese e cito : ‘que temos de escapar ao nosso atual mal-estar económico e político ‘. Devemos pois dar força ao atual Governo para prosseguir estas políticas, sobretudo no que respeita à resistência às tentativas do poder económico influenciar decisões políticas. Lisboa, 21 de Junho de 2019