terça-feira, 7 de maio de 2019

OS CAVALEIROS DA TRISTE FIGURA 1.Com a votação favorável à contagem do tempo integral de congelamento, pedida pela Fenprof e apoiada pelos partidos à esquerda do PS, para efeitos de progressão salarial na carreira dos professores, e posterior reviravolta com tentativa de introduzir cláusulas de salvaguarda orçamental, os partidos da direita fizeram realmente uma triste figura. E ainda por cima os respectivos presidentes vieram a público criticar e invectivar em termos rudes o Governo, como se este fosse responsável pelo que os seus (deles ) deputados tinham feito na Comissão de Educação É o que se chama “fazer o mal e a caramunha” ! E atreveram-se a chamar mentirosos aos números apresentados pelo Ministro das Finanças – mas não foram capazes de apresentar outros ! Linguagem inconsequente, portanto. Todos sabemos que não foram só os professores a sofrer com a crise que assolou o País com a política da troika executada pelo Governo PSD+CDS e com a concomitante depressão mundial : os funcionários públicos e os pensionistas sofreram cortes, muitas pessoas ficaram desempregadas, os benefícios sociais foram reduzidos, todos os que pagavam impostos sofreram um brutal aumento do IRS. A totalidade da desvalorização de rendimentos que aconteceu vai levar muitos anos a ser compensada e superada, se é que alguma vez o será – mas sejamos optimistas acreditando que progresso económico actual terá continuidade Os mecanismos compensatórios têm de abranger todos – e não apenas alguns. E, repete-se o axioma, não devem pôr em causa o objectivo de atingir défice 0 nas contas públicas 2. A Assembleia da República faz as leis, é o órgão próprio para o fazer. E portanto,o Executivo que estiver em funções, se não concordar coma sua aplicação só lhe resta uma decisão honesta a tomar: demitir-se . Foi o que PM, Sr. António Costa anunciou para o caso de, na votação final o Parlamento, ser aprovada a contagem do tempo total de congelamento para as progressões nas carreiras dos professores. O que é estranho é que os partidos da direita, que estão sempre a criticar as decisões do Governo, e por vezes a solicitar a sua saída de cena , não tivessem esfregado as mãos de contentes com a possibilidade da possível demissão e tivessem declarado a reversão do seu sentido de voto. Sentido de Estado – ou receio de perder as eleições ? Lisboa, 7 de Maio de 2019