quinta-feira, 9 de julho de 2020

A NACIONALIZAÇÃO DA EFACEC

No seu campo de actividade, a engenharia electrotécnica, a EFACEC é uma empresa de prestígio mundial, com conhecimentos técnicos ( know how ) próprios, companhias na Europa, nas Américas e na Ásia, que vence concursos internacionais e exporta produtos de alto valor acrescentado. É portanto uma empresa cujo desaparecimento depauperaria o já de si não muito rico, tecido industrial português e privaria o país dum exportador de qualidade. Portanto, fez muito bem o Governo em deitar mão à empresa, nacionalizando-a, garantindo a sua sobrevivência financeira e preparando-a para ser vendida quando aparecer um comprador conveniente. Um “comprador conveniente”. A escolha do adquirente não me parece uma tarefa simples, nem pode ser baseada unicamente no “quem dá mais”. Em meu entender, deverá ser uma firma com interesses indiscutíveis na industria, de sólida base financeira, de preferência de capitais nacionais e que ofereça garantias de não vá “parti-la aos bocados” e vender estes de forma a obter um lucro fácil. Aceitar como comprador uma companhia financeira, um fundo investimentos por exemplo, é um risco grande pois estas entidades não têm verdadeiramente gosto pela indústria, pela agricultura, pelos serviços, etc,: só têm gosto pelo dinheiro em si. Quando vêm possibilidade de fazer um bom negócio, depois de terem extraírem tudo o que puderam, vendem, sem lhes interessar o futuro da empresa. O Governo deve acautelar este risco e não pode ter pressa em vender pois, como disse acima, a EFACEC é uma empresa valiosa cuja continuidade interessa garantir. Lisboa, 9 de Julho de 2020