domingo, 19 de agosto de 2018

PESQUISA DE PETRÓLEO AO LARGO DE ALJEZUR


 

Em 1954, o  professor de Química Geral do IST, Prof. Eng. Francisco de Magalhães Ilharco, já falecido, ensinava que era preciso procurar fontes alternativas de energia  ( eólica, hídrica, das ondas, das marés, solar ) pois o petróleo bruto não duraria sempre. Hoje sabe-se que a abundância de petróleo é muito maior do que se supunha anteriormente, mas que outros motivos ligados às condições de vida no nosso planeta tornam necessário utilizar cada vez mais as energias alternativas em detrimento do outrora chamado “ouro negro” . Porem, no estado actual da tecnologia, o petróleo é indispensável como matéria prima para a indústria petroquímica, responsável pela existência de miríades de objectos e instrumentos de utilização corrente.

Vem esta introdução a propósito da proibição feita por um tribunal de Loulé, no seguimento duma providência cautelar interposta por  activistas ambientais, de ser iniciada a pesquisa de petróleo no mar, ao largo de Aljezur. Um dos argumentos dos activistas é o de que não foi feito um estudo de impacto ambiental. O Governo considera importante saber se existe petróleo em condições de exploração para termos esse trunfo na mão em caso de necessidade e que será feito o estudo de impacto ambiental se houver petróleo e antes dum eventual início de exploração.

Eu penso que a posição do Governo é sensata porque :

i) Apesar dos avanços no campo das energias renováveis e da tecnologia, o petróleo vais ser necessário durante muitos anos

ii) Com a confusão que reina no mundo, não será difícil imaginar circunstâncias em que a escassez de fornecimento ao nosso país aconteça ou que o preço atinja valores incomportáveis. Tendo fontes locais de abastecimento, aqueles perigos são minimizados.

iii) Com o desenvolvimento das tecnologias de prospecção e os cuidados ambientais obrigatórios, os perigos de acidente são mínimos

iv) Existe um contrato assinado pelo anterior governo com o consórcio Galp+ENI para a dita exploração, o qual para ser resolvido traria certamente  custos ao erário público.

Há diferença entre saber que existe petróleo e explora-lo. Avançar com uma eventual exploração, na minha opinião, só em caso de emergência ou se um estudo ambiental rigoroso mostrar que não existe perigo para o ambiente, nem sequer perigo para o turismo na costa vicentina ou algarvia.

No que respeita a metas ambientais, com ou sem petróleo, Portugal tem obrigação de cumprir o que foi acordado em Paris e com os parceiros da União Europeia

Como é sabido, o Reino Unido e a Noruega têm prospecção e exploração de petróleo ao largo das suas costas e não me consta que sejam países para os quais a defesa do ambiente não interessa. Isto para concluir que existem hoje em dia tecnologias  bastante seguras.

Certamente os nossos ambientalistas, apesar das suas preocupações vão continuar a andar em carros movidos a gasolina ou gasóleo, a viajar de avião a jacto durante mais alguns anos…

 

Lisboa, 18 de Agosto de 2018

 

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