A
CONTESTAÇÃO AO GOVERNO DE PROFESSORES, MÉDICOS E ENFERMEIROS
Nas últimas semanas a luta contra o Governo do PS dos
professores da Escola Pública, através dos seus sindicatos e dos médicos e
enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde, através das suas ordens, tem-se intensificado
duma forma rara ou mesmo nunca vista.
Isto apesar de, no caso dos professores o Governo
estar disposto a continuar as negociações para minorar os prejuízos causados
por anteriores governos, e no caso dos profissionais de saúde ter finalmente
decidido pôr em prática o retorno às 35 horas de trabalho por semana e de ter
contratado mais centenas ou milhares de profissionais para o SNS
Neste texto não vou comentar a razão ou sem-razão das
contestações : quero apenas exprimir a minha perplexidade pelo que se passou
anteriormente e pelo que se passa agora
De facto, primeiro no tempo do Governo Sócrates,
depois duma forma ampliada, no tempo do Governo PSD+CDS, aquelas classes de
servidores do Estado foram atacadas nos seus direitos como nunca tinham sido,
nem nos tempos do Estado dito Novo, com Salazar ou Marcelo Caetano ! (Jamais aqueles chefes de governo se atreveram
a baixar os salários dos funcionários públicos mesmo durante as crises da 2ª
Guerra Mundial, de 1939 a 1945 e da Guerra Colonial, de 1961 a 1974 ).
E no
entanto as formas de luta adoptadas pelos sindicatos face às decisões do
governo Passos Coelho de aumentar as horas de trabalho semanais e de reduzir
ordenados foram tão fracas que quase não me lembro delas
E agora com o Governo António Costa que está pouco a pouco mas determinadamente a
repor direitos é que a luta atinge proporções enormíssimas !
Por que será ?
Será Síndrome de Estocolmo ?
Será puro afecto pelo anterior governo e mero
desafecto pelo actual ?
Ou será por qualquer tipo de raciocínio que escapa ao
cidadão comum e que só sociólogos, psicólogos ou outros estudiosos da mente
humana conseguem explicar ?
Seria interessante saber-se
Lisboa, 7 de Julho de 2017
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