quarta-feira, 16 de novembro de 2016

INVESTIMENTO PRIVADOS E ÓPERA



POUCO INVESTIMENTO POR PARTE DE PRIVADOS

É um facto que Portugal necessita de mais investimento produtivo ( não de investimento especulativo ). Sectores ligados à direita dizem que a falta de investimento por parte de privados se deve ao alto(?) valor do IRC, aos salários elevados (?) dos trabalhadores, etc.
Na realidade, um investidor só investe num negócio novo se houver quem compre o que vai produzir, ou seja se houver procura. Ora o problema do nosso País é que devido aos baixos rendimentos da generalidade da população a PROCURA É MUITO REDUZIDA. .O esforço do Governo para aumentar rendimentos ainda não foi suficiente para um relançamento significativo do investimento.

( Comentário publicado no meu portal do Facebook em 3 de Novembro de 2016 ).

 

Acrescentando mais alguma coisa ao tema, pergunto :de que serve uma empresa pagar 0% de IRC e, por hipótese também, 0% de salários se não tiver a quem vender os seus bens e serviços? É evidente que nenhuma empreendedor irá investir o seu dinheiro nestas circunstâncias    ( a não ser que tenha uma bola de cristal de confiança que lhe diga que daqui a X tempo vai haver uma grande procura…).

A política de incentivos fiscais já existe para quem se estabelecer de novo .É uma prática corrente para circunstâncias bem definidas. Quanto a garantir salários baixos ou trabalho sem direitos é algo que qualquer pessoa medianamente civilizada deve repudiar com veemência. Para conseguir produtos ou serviços a preços competitivos, é necessário instalar equipamento do melhor estado da arte, organizar eficientemente os serviços, treinar adequadamente pessoal capaz e oferecer alguma coisa que as pessoas possam e queiram comprar E os serviços necessários ( energia, água, tratamento de efluentes ) devem ter custos não influenciados por rendas, ou outras alcavalas, injustificáveis.

Gostaria de indicar sectores onde valesse apena fazer investimentos, mas para alem do turismo ( o que toda a gente sabe ), não tenho conhecimentos dos mercados para o fazer. Porem, talvez possa dizer que para espectáculos de ópera há mais procura que oferta. De facto as sessões no S. Carlos esgotam quase sempre. A temporada lírica apresenta apenas 6 óperas. Haverá aqui espaço para empreendedorismo cultural ?                  Quando era jovem, havia a temporada de ópera do S. Carlos e a do Coliseu dos Recreios  ( esta um empreendimento privado ) ! . E nessa altura os rendimentos médios das pessoas eram mais baixos, a área metropolitana de Lisboa era menos povoada e as pessoas dispunham de muito menos transporte individual. Há por aí algum empresário privado para investir em espectáculos de ópera ? É que a ópera também tem música e canto !...

 

.16 de Novembro de 2016

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