OS NÚMEROS DO INVESTIMENTO – DIVERSAS
ESCOLHAS POSSÍVEIS
A comparação
dos números relativos ao desempenho da economia em Portugal entre 2º semestre
de 2015 e o 1º semestre de 2016, apresentada pelo PM no último debate quinzenal
apanharam as oposições de surpresa, provocaram grande agitação sonora no
hemiciclo e motivaram o contraditório dos
comentadores de direita com acesso à comunicação social.
Por exemplo,
o Sr. João Duque na sua coluna do Expresso Económico de 1 OUT2016 apresentou
números, sobre o investimento, que não são comparáveis com os do Sr. António
Costa, mas que mostrariam que o investimento em Portugal diminuiu no 1º
semestre de 2016 ( governo do partido socialista ) em comparação com o 2º
semestre 2015 ( governo psd+cds ). Na referida coluna não é referida a fonte
dos números utilizados
Fui
verificar os dados disponíveis do INE e do Banco de Portugal e copiei-os para
uma folha de excel, juntamente com os valores do Sr. João Duque, a qual
apresento em anexo a este texto.
Os números
do INE e do Banco de Portugal ( que são os do INE ) permitem concluir que no
intervalo de tempo considerado, o investimento ( sob a forma de formação bruta
de, FBC ) diminuiu e… aumentou ! De facto, se considerarmos a FBC a preços
correntes, do 3º T 2015 para o 2ºT de 2016, ela DIMINUIU de 6.768,3 para
6.711,6 milhões de €. Porem se considerarmos os dados encadeados em volume, no
mesmo intervalo de tempo, a FBC AUMENTOU de 6.894,3 para 6.948,4 milhões de € .
Cada um,
conforme as suas preferências, terá a possibilidade de realçar o aumento ou a
diminuição do investimento !
Falando de
investimento, todos dizem o mesmo, e com verdade : sem investimento não há nem
criação de emprego nem de riqueza. Mas de que tipo de investimento precisamos nós ? De investimento como o que foi feito, por
estrangeiros, na EDP, na REN, na ANA, na FIDELIDADE ? Certamente que não ! Na
verdade, esses alegados investimentos não foram mais do que uma compra de
activos já existentes, que não trouxeram nem novos conhecimentos de técnica ou
de gestão, nem mais empregos, nem mais exportações e que a prazo vão trazer
prejuízo para a balança de pagamentos pela repatriação de lucros e de capital.
Nunca é
demais repetir que precisamos de investidores-empreendedores que, para alem do
turismo e do que já existe, possam desenvolver riquezas ainda não exploradas de
Portugal, não só trazendo-as à superfície, mas transformando-as e introduzindo
valor acrescentado. Como por exemplo as reservas de lítio, de ouro e minerais que existam no fundo do nosso mar .
A famosa exploração da nossa zona marítima económica exclusiva. E também nas novas tecnologias, no
desenvolvimento das energias renováveis, na agro-indústria ainda há muito para fazer – e lugar para investimentos
No caso dos investidores estrangeiros, o ideal será que tragam
conhecimentos de tecnologia e de gestão e que formem parcerias com os
investidores nacionais privados ou com o próprio Estado, de forma a aumentar
exportações ou a substituir importações por produções nacionais.
Tudo isto é
sabido, mas nunca é demais frisar que não interessa investidores gananciosos
que não trazem nada de novo, mas empreendedores que contribuam para o
desenvolvimento do País
ANEXO
FUNDAÇÃO BRUTA DE CAPITAL EM MILHÕES DE EUROS
DADOS ENCADEADOS EM VOL. ANO REF 2011
IN E B PORT JDUQUE
3ºT 2015 6 894,3 6 894,3
4ºT 2015 6 939,2 6 939,2 6 833
1ºT 2016 6 898,5 6 898,5 6 744
2ºT 2016 6 948,4 6 948,4 6 725
DADOS A PREÇOS CORRENTES
INE B PORT JDUQUE
3ºT 2015 6 768,3 6 768,3
4ºT 2015 6 763,2 6 763,2 6 822
1ºT 2016 6 722,1 6 733,1 6 755
2ºT 2016 6 711,6 6 711,6 6 698
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