sexta-feira, 7 de outubro de 2016

OS NÚMEROS DO INVESTIMENTO – DIVERSAS ESCOLHAS POSSÍVEIS

OS NÚMEROS DO INVESTIMENTO – DIVERSAS ESCOLHAS POSSÍVEIS

A comparação dos números relativos ao desempenho da economia em Portugal entre 2º semestre de 2015 e o 1º semestre de 2016, apresentada pelo PM no último debate quinzenal apanharam as oposições de surpresa, provocaram grande agitação sonora no hemiciclo e motivaram o contraditório  dos comentadores de direita com acesso à comunicação social.
Por exemplo, o Sr. João Duque na sua coluna do Expresso Económico de 1 OUT2016 apresentou números, sobre o investimento, que não são comparáveis com os do Sr. António Costa, mas que mostrariam que o investimento em Portugal diminuiu no 1º semestre de 2016 ( governo do partido socialista ) em comparação com o 2º semestre 2015 ( governo psd+cds ). Na referida coluna não é referida a fonte dos números utilizados
Fui verificar os dados disponíveis do INE e do Banco de Portugal e copiei-os para uma folha de excel, juntamente com os valores do Sr. João Duque, a qual apresento em anexo a este texto.
Os números do INE e do Banco de Portugal ( que são os do INE ) permitem concluir que no intervalo de tempo considerado, o investimento ( sob a forma de formação bruta de, FBC ) diminuiu e… aumentou ! De facto, se considerarmos a FBC a preços correntes, do 3º T 2015 para o 2ºT de 2016, ela DIMINUIU de 6.768,3 para 6.711,6 milhões de €. Porem se considerarmos os dados encadeados em volume, no mesmo intervalo de tempo, a FBC AUMENTOU de 6.894,3 para 6.948,4 milhões de € .
Cada um, conforme as suas preferências, terá a possibilidade de realçar o aumento ou a diminuição do investimento !
Falando de investimento, todos dizem o mesmo, e com verdade : sem investimento não há nem criação de emprego nem de riqueza.                                                                                                   Mas de que tipo de investimento precisamos nós ?   De investimento como o que foi feito, por estrangeiros, na EDP, na REN, na ANA, na FIDELIDADE ?                                                       Certamente que não ! Na verdade, esses alegados investimentos não foram mais do que uma compra de activos já existentes, que não trouxeram nem novos conhecimentos de técnica ou de gestão, nem mais empregos, nem mais exportações e que a prazo vão trazer prejuízo para a balança de pagamentos pela repatriação de lucros e de capital.
Nunca é demais repetir que precisamos de investidores-empreendedores que, para alem do turismo e do que já existe, possam desenvolver riquezas ainda não exploradas de Portugal, não só trazendo-as à superfície, mas transformando-as e introduzindo valor acrescentado. Como por exemplo as reservas de lítio, de ouro e  minerais que existam no fundo do nosso mar . A famosa exploração da nossa zona marítima económica exclusiva.                                                                                                                 E também nas novas tecnologias, no desenvolvimento das energias renováveis, na agro-indústria  ainda há muito para fazer – e lugar para investimentos                                                                             No caso dos investidores estrangeiros, o ideal será que tragam conhecimentos de tecnologia e de gestão e que formem parcerias com os investidores nacionais privados ou com o próprio Estado, de forma a aumentar exportações ou a substituir importações por produções nacionais.

Tudo isto é sabido, mas nunca é demais frisar que não interessa investidores gananciosos que não trazem nada de novo, mas empreendedores que contribuam para o desenvolvimento do País

ANEXO

FUNDAÇÃO BRUTA DE CAPITAL EM MILHÕES DE EUROS
 
DADOS ENCADEADOS EM VOL. ANO  REF 2011
IN E  B PORT  JDUQUE
3ºT 2015 6 894,3 6 894,3
4ºT 2015 6 939,2 6 939,2 6 833
1ºT 2016 6 898,5 6 898,5 6 744
2ºT 2016 6 948,4 6 948,4 6 725
DADOS A PREÇOS CORRENTES
         INE         B PORT JDUQUE
3ºT 2015 6 768,3 6 768,3
  
4ºT 2015 6 763,2 6 763,2 6 822
1ºT 2016 6 722,1 6 733,1 6 755
2ºT 2016 6 711,6 6 711,6 6 698


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